Foi com tristeza que ouvi a notícia de que Rubens Ewald Filho faleceu. Ele era um desses caras, como eu, que amava verdadeiramente o cinema. E, para mim um colega que sempre me tratou com respeito e simpatia. É gozado mas todo mundo que cobre o mundo da sétima arte é meio estranho. Todos parecem ter uma paixão egoísta sobre o assunto. Eles olham os colegas jornalistas que também se dedicam ao tema como verdadeiras ameaças. Nos anos que cobri Hollywood em Los Angeles para revistas, jornais e TVs brasileiras, senti isso na pele. Os outros coleguinhas sempre me olharam com esse tipo de atitude, como se eu estivesse ali para lhes roubar alguma coisa. Por causa dessa atitude, alguns fizeram coisas lamentáveis, que um dia, quem sabe, talvez eu conte. O Rubens jamais fez isso. Ele compartia o espaço comigo sempre com muita elegância e fraternidade. Ele amava o cinema, mas era capaz de dividir seus astros com todos os outros jornalistas. Ao longo dos anos nos esbarramos em Cannes, nos Oscars, em lançamentos de filmes e em visitas a sets. Ambos colaboramos com a mesma revista – VIDEO NEWS – sem jamais rolar ciumeira ou maledicência. Em 1994, durante o festival de Cannes, realizei uma matéria sobre a espantosa atuação das distribuidoras de filmes e videos brasileiras no mercado do festival e entrevistei Rubens, que me deu o melhor depoimento da reportagem. Quem quiser assistir, é só clicar neste link. https://www.youtube.com/watch?v=UvmSW7DHPtI
Rubens, vá na paz de Deus entrevistar nossos astros preferidos no grande cinema lá de cima. Um abraço.