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In a career spanning over 30 years of experience in journalism, TV production, film and TV scripts, Wladimir Weltman has worked for some of the most important companies in the industry in the USA and Brazil. Numa carreira que se estende por mais de 30 anos de experiência em jornalismo, produção de tevê, roteiros de cinema e TV, e presença frente às câmeras Wladimir Weltman trabalhou em algumas das mais importantes empresas do ramo nos EUA e no Brasil.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

QUEM É HOLLYWOOD?


Vocês sabem quem foi Dolemite? Não? Pois agora vão ter a chance de conhecer. Quem tem Netflix pode assistir ao mais novo filme de Eddie Murphy DOLEMITE IS MY NAME, em que ele homenageia um artista negro do cinema “Blaxploitation” dos anos 70 chamado Rudy Ray Moore.

Rudy foi um comediante americano, músico, cantor, ator e produtor de cinema. Ele criou o personagem Dolemite, um cafetão bem-falante que virou filme em 1975 e teve duas sequências, "The Human Tornado" e "The Return of Dolemite".

Ele começou a fazer sucesso apresentando-se em bares e boates da comunidade negra dos EUA com a sua personagem, Dolemite. Vestido como cafetão espalhafatoso dos anos 70, ele contava causos rimados e cheios de palavrões. Alguns desses shows foram gravados e viraram discos, que vendiam bem nos bairros negros do país de forma clandestina. Foi assim que ele ganhou o título de “Poderoso Chefão de Rap” dado pela nova geração.

Os filmes que conseguiu produzir e atuar a duras penas, tinham qualidade cinematográfica duvidosa, mas acabaram consagrados como os de Ed Wood. Eles eram tão ruins, que acabaram agradando. Havia heróis do cinema “Blaxploitation” como Shaft, Super Fly e Jim Brown, mas Rudy acabou se tornando o comediante do gênero.

Apesar de um nome de peso em Hollywood, Eddie Murphy levou 18 anos para conseguir fazer seu projeto decolar. Finalmente agora ele presta essa homenagem a Rudy com este filme, que conta o calvário dele para se tornar um astro contra todos os obstáculos que a vida lhe impôs. Um filme de superação, mas muito divertido e com bons atores negros da atualidade, como Wesley Snipes, Chris Rock, Mike Epps, Craig Robinson, Keegan-Michael Key, Da’Vine Joy Randolph e Tituss Burgers.

Um das coisas que mais gosto do filme é o que ele mostra, para além da questão racial, como Hollywood é na verdade.

Quantas vezes no Brasil ouvi comentários sobre Hollywood, do tipo: “os americanos são o bicho papão do cinema mundial, em especial do cinema brasileiro”. Como se todos que fazem cinema aqui nos EUA fossem ricos e poderosos como os estúdios de cinema de Hollywood e seus blockbusters.

A verdade é que a grande maioria de realizadores de Hollywood, produtores, atores e demais profissionais, batalha diariamente pra conseguir uma nesguinha de sol nesta indústria que realmente é muito rica. Os estúdios porém já não são tão poderosos como eram nos anos 30 e 40.

Hoje Netflix, HBO, Amazon e demais canais a cabo e de streaming é quem dão as cartas. Os grandes estúdios investem em poucos filmes caríssimos, cheios de efeitos especiais computadorizados, para lançar em épocas certas e olhe lá.

E a Hollywood dos Dolemites, dos Ed Woods, segue a luta para fazer seus filmes, como os nossos cineastas tupiniquins (agora mais que nunca, certo?).

Por isso eu curto filmes como estes que mostram que fazer cinema não requer necessariamente o poderio dos grandes estúdios. Só um bando de caras corajosos, sonhadores e obstinados.

Recomendo muito a todos assistir DOLEMITE IS MY NAME na Netflix. Recomendo também ED WOOD de Tim Burton, BOWFINGER também com Eddie Murphy e Steve Martin, SUNSET BLVD de Billy Wilder e qualquer outro filme que mostre como Hollywood é quando a cortina do luxo e do glamour caem por terra.

#Hollywood #Dolemite #Cineman

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